Maltine do Bairro #13 - O nosso lema é bruxaria e alegria!
Aconteceu: saiu Sabrina na Netflix. E hoje eu vou falar disso porque tá difícil falar/pensar em outra coisa, já que a situação no mundo real anda meio caótica e eu estava ansiosa e alucinada à espera dessa série.
Pra quem não sabe, “Chilling Adventures of Sabrina” é inspirada num quadrinho homônimo, lançado em homenagem ao original, “Sabrina The Teenage Witch”, dos anos 60. Ambos são publicações da Archie Comics.
Basicamente, acompanhamos a história de Sabrina Spellman, uma bruxa mestiça (seu pai é feiticeiro, sua mãe é humana!) que vive com as tias bruxas Hilda e Zelda na cidade de Greendale, vizinha de Riverdale. SIM! Riverdale!!! Do Archie, da Betty e da Veronica! Do Jughead! Estamos falando de histórias que acontecem no mesmo universo e na mesma timeline, e que, portanto, se cruzam várias vezes nos quadrinhos. Quando comecei a ler, inclusive, fiquei desejando DEMAIS que na adaptação pra TV rolem os crossovers que a gente já se acostumou a ver nas séries da DC, por exemplo.
Gleendale e Riverdale juntos na telinha? Não é só o crossover que a gente quer, é o que a gente merece!
Apesar de adolescente, essa nova versão da Sabrina, interpretada pela Kiernan Shipka (a filha de Don Draper em Mad Men, pros leigos), tem um tom bem dark, com cenas pesadas real, tipo o capeta aparecendo na moralzinha, tesourada no pescoço, rituais de invocação, canibalismo, sangue, possessão demoníaca, o que me deixou apaixonada. A série original, bem humorada e focada nos superpoderes da bruxinha como ferramentas do dia a dia moderno, era divertidíssima, não vou mentir - mas a gente não precisa de mais do mesmo, né?
E é pensando em não precisarmos de mais do mesmo que eu defendo agora uma das coisas que as pessoas mais falaram desde antes da série sair: o Salem que não fala. Se você era fã de Sabrina: Aprendiz de Feiticeira, claramente já foi cativado em algum momento pela sagacidade de Salem, o familiar de Sabrina.
O novo e lindíssimo Salem.
Na versão da Netflix, Salem não fala - nem ele, nem nenhum dos outros familiares. Eles se comunicam, claro, com as bruxas, mas tudo que vemos são os animais fazendo seus sons normais. E pra mim tá tudo bem! Diferentemente da versão dos anos 90, não sei se há espaço para o humor dele. O foco é na jornada de Sabrina entre o bem e o mal (ou a luz e as trevas, haha) e no seu autoconhecimento. O Salem aparece como um protetor fiel, como deve ser, e não tira o foco da história. Imagino que se eles tivessem tentado um Salem falante 2.0, ia todo mundo ficar comparando os dois e só se falaria nisso (a gente não merece as coisas boas).
Perdemos a voz de Salem, mas ganhamos um companheiro incrível: o primo Ambrose, interpretado por Chance Perdomo. Condenado à prisão domiciliar pela eternidade, ele mora com Sabrina e as Tias em Gleendale e é, de longe, um dos mais cativantes personagens da série. E essa tarefa não é fácil: a adaptação para a Netflix está super atualizada, cheia de mulheres fortes, com um tom bem feministão mesmo (e a gente merece, afinal o assunto são as bruxas, né?) e questões raciais e de gênero sendo tratadas de forma super sensível e natural.
Sobre a história em si - difícil dizer alguma coisa sem dar spoiler, mas vamos aí fazer aquele comentário 110% genérico - confesso que prefiro a versão dos quadrinhos, mas a adaptação não deixa a desejar não. Inclusive consigo imaginar os motivos que levaram às mudanças, mas queria deixar aqui minha manifestação de protesto. HAHAHA! Enfim, curti tanto a maneira do Roberto Aguirre-Sacasa contar histórias (você sabia que foi ele quem escreveu o roteiro do remake de Carrie? Eu não sabia haha) quando li o quadrinho que decidi acompanhar também Afterlife With Archie, com a turminha de Riverdale. Spoiler alert: ZUMBIS!!! ✨ To adorando e se você assina Kindle Unlimited você consegue ler numa boa os primeiros números!
E aí: você já assistiu? O que achou? Me conta!
Referências de leitura pra quem curtir:
Chilling Adventures of Sabrina - você pode comprar o livro com as primeiras edições ou ler uma a uma no celular, tablet ou Kindle, usando o Kindle Unlimited! ⭐️
Sabrina, The Teenage Witch - https://amzn.to/2DckDVA
Afterlife With Archie - LIVRO // EDIÇÕES DISPONÍVEIS NO KINDLE UNLIMITED
Na última semana, participei do episódio de Halloween do Podcast Wanda. Nem preciso dizer o quanto me diverti, né?
Primeiro porque as histórias que a galera mandou pra gente ler o #InvocaWanda eram realmente assustadoras em algum nível.
Segundo porque o negócio travou quando a gente tava terminando de gravar (forças ocultas se manifestando, eu sei que eram) e quase perdemos tudo, rolou um medo legítimo, bem halloweenzão mesmo.
Por ultimo porque eu descobri que definitivamente sou péssima em contar minhas histórias de susto. Pelo menos em voz alta. Saudades de quando eu era criança e contar as histórias me fazia sentir forte para lidar com elas.
Aliás, quando eu era criança eu vivia num filme de terror dentro da minha cabeça, praticamente.
Quase toda noite eu tinha o mesmo pesadelo: estava deitada, presa a alguma força invisível, num quarto todo branco, olhando pra luzes no teto, tão claras que era tudo que eu podia ver, um retângulo branco imenso em cima de mim. Tentava gritar, mas minha voz não saía. Tentava me mexer, não podia. E, de repente, uma força estranha possuía meu corpo. Eu sentia que estava caindo. E PUF! Acordava num salto na cama, como se tivesse caído nela do nada. Lembro disso porque se repetiu por muito, muito tempo e, vez ou outra, ainda acontece.
Meus pesadelos pioraram na época que lançaram Jumanji. Hoje eu assisto e penso: poxa, era isso? Mas no auge dos meus seis anos de idade, tudo aquilo era imenso demais, perturbador demais, e eu me pegava suando frio na madrugada sentindo presenças estranhas após sonhar que fazia parte do jogo. VALHA-ME!!!
Lá pela segunda série, o que é basicamente nessa época do Jumanji, aos seis anos, eu tive certeza de ter conhecido a loira do banheiro. Isso porque minhas amigas e eu fizemos o tal ritual na escola e, assim que saímos do box, o espelho se quebrou na nossa frente, sem toque, no banheiro vazio. Eu não conseguia entrar lá sozinha sem ouvir sussurros, sentir alguém segurando no meu ombro, e basicamente me cagava de medo. Mas também serviu pra aguçar minha criatividade e eu escrevi um livro contando essa história. Escrevi e ilustrei, aliás. Minha mãe guardou em algum lugar da minha casa e morria de orgulho, como se fosse puramente ficção. Mal sabia ela que eu me cagava de medo porque achava que era tudo verdade.
Hoje em dia, meus pesadelos não tem muito de sobrenatural. O que me perturba mais é a frequência com que tenho “sonhos premonitórios”. Mas tento ser cética sobre isso, racionalizar, e minha explicação prática é que penso tanto, tanto nas coisas, que de certa forma meu inconsciente acaba me mostrando a solução óbvia dos problemas quando durmo, ou deduzindo os passos de outras pessoas porque acabo observando bem o comportamento delas enquanto estou acordada.
Os sonhos com a minha tia, que mencionei no programa, são os que mais me tiram do prumo. Na época em que ela morreu, passei semanas sonhando com ela deitada no caixão, a ponto de ser enterrada, me dizendo “Ariane, não deixe fazerem isso comigo. Você sabe que eu não fui embora”. Só eu parecia vê-la viva, todos ao redor agiam naturalmente. Era tão horrível passar por isso que fiquei um tempo sem conseguir dormir. Eu deitava e tinha medo de sonhar. Quando isso finalmente passou, começaram os outros sonhos: dela voltando do nada, como se tivesse apenas feito uma viagem, e chocando a todos pois agia naturalmente, como se não soubesse da própria morte. Nesses dias sinto o toque, o cheiro dela o dia todo. Sei que parece bobo, mas não é só assustador, é doloroso de diversas formas. Ela era uma presença muito forte na minha vida e me sinto triste sempre que sonho com ela e acontece algo assustador. Não queria que alguém que amei tanto se transformasse em fonte de medo, sabe? Fica pesado demais o peito. Enfim. Não controlo os sonhos, pelo menos não conscientemente, então lido com isso. Mas adoro mesmo os sonhos em que ela está aqui, nunca foi embora, e aconselha, cuida e enche a gente de amor e comidas gostosas.
Já que falamos em podcast, o tema da semana no Exaustos foi TEMPO. Mais precisamente como muitas vezes não sabemos lidar com o tempo que temos em mãos e estamos a vida toda numa corrida desenfreada com um deadline mensal centralizado na missão mais injusta de todas: conseguir dinheiro pra pagar as contas pra poder continuar vivo correndo atrás de conseguir dinheiro e pagando as contas.
Mas juro que foi legal, sempre é. Os meninos tem sido parte importante da minha vida e eu sinceramente não estaria DE PÉ se não fosse por encontrá-los toda semana. Tá sendo legal.
Se você já ouvir, fica ligadinho na Na próxima quinta, o episódio que vai ao ar é sobre WhatsApp. Aproveita e conta da gente pros amigos! Piramida o Exaustos! :)
Sabrina e Archie não foram os únicos quadrinhos que andei lendo! Pelo contrário, li e adorei as primeiras edições do revival de Runaways, da Marvel, encabeçado por Rainbow Rowell e Kris Anka no ano passado.
Pra quem não sabe, os “Fugitivos” são super-heróis do universo partilhado da Marvel e começaram a existir em 2003, criados pro Brian K. Vaughan (inclusive tem uma série da Hulu sobre eles). São filhos de pais criminosos (o “Orgulho”) e se juntam para combater os pais e proteger o mundo de suas atrocidades. Ainda preciso ler, confesso, mas amei demais o revival até agora - a história começa com a reunião dos filhos, os tais “Runaways”, anos depois de terem combatido o “Orgulho”, e nos mostra como a adaptação para o “mundo normal” não tem sido fácil para nenhum deles (nunca é).
Ainda quero estudar e ler mais a respeito pra falar pra vocês, mas sinceramente: vale a pena. Leiam.
Além disso, não sei se é possível ou permitido, mas estou me sentindo atraída por um personagem de história em quadrinhos. E ele é um ciborgue! Sério. Alguém explica?
esse fim de semana me destruiu um pouco mais por dentro e eu não sei o que dizer, não revisei nada, talvez tenha passado infos pela metade, talvez infos erradas... perdoa e segue em frente né
ps: você não perdeu a newsletter 12, mas essa semana eu precisava que fosse a 13. halloween. ele não. enfim.