Maltine do Bairro #24 - ano novo, mágoas velhas
Daí eu fiz aniversário.
Pela primeira vez em muito tempo me senti especial nesse dia.
Obrigada aos meus amigos.
Como sempre digo, essas viradas são arbitrárias, nada muda magicamente.
Sendo assim, aqui estamos no meu novo ano, com uma bagagem de velhas mágoas para carregar.
Parece que tudo passa, menos a vontade de entrar em combustão espontânea.
Vejo que muitos estão desistindo da newsletter nessa fase transitória da minha vida e não posso culpá-los. Não esperava que fosse viver tudo que vivi esse ano, tão rápido e tão intensamente. Estamos em Abril e estou exausta. Confusa. Machucada. Não dá pra fingir que está tudo bem, essa é minha essência, minha verdade. Eu poderia continuar escrevendo textos otimistas e indicando leituras incríveis e vídeos maravilhosos como se nada estivesse acontecendo, mas essa não sou eu, eu sinto e compartilho o sentimento, seja ele bom ou ruim.
Também poderia ficar quieta, mas não consigo.
Lembro de um texto que escrevi em 2014 e é até hoje um dos mais acessados do blog. Falava de como a felicidade não deve ser uma obrigação. Na época fiquei toda comovida porque ele era tão simples - tinha até meus desenhos esboçados na praia antes de começar a estudar - e mesmo assim foi indicado no Chata de Galocha. Cada compartilhamento em outros blogs era uma vitória, mas esse foi especial. Pra quem não sabe, sou apaixonada pela Lu Ferreira, é uma das criadoras que mais admiro nessa internet (hoje trombei no post de novo e descobri que nem foi ela quem escreveu, foi a irmã dela rs). Enfim, divago. O mais doido desse texto é que usei vários projetos e empresas como referências e nenhum deles existe mais.
Isso bate muito com a situação que está me corroendo.
As coisas mudam.
A natureza é transitória.
A gente aprende com pessoas, lugares e coisas e depois eles vão embora.
Tudo vai embora.
Mas por que está sendo tão difícil deixar ir?
Fica a questão.