Maltine do bairro #7 - Quem é vivo sempre aparece
Nesse final de semana passei por tantas coisas felizes que as emoções estão em alta e resolvi aproveitar pra tirar o atraso aqui, afinal, eu gosto de escrever newsletter quando to feliz, quando não to eu gosto é de desaparecer no abismo do meu quarto que é lugar quente pra chorar.
(Mas obrigada a quem se preocupou com o sumiço e mandou mensagens. Eu tava mesmo sem condições)
Na quarta-feira o Fran e o Vitor vieram em casa pra gravar um piloto. Eu achava que eles vinham aqui pra gente CONVERSAR SOBRE A POSSIBILIDADE de um podcast, mas eles chegaram com mesa de som, microfones e ousadia, e eu tô num momento “se joga” da minha vida, então passamos a tarde reclamando da vida, dos relacionamentos modernos e dos apps de pegação. Não faço a menor ideia do que vai sair daí, a ideia é deles, não tinha roteiro, não teve papo, não tem nem nome, mas novamente: são duas pessoas importantíssimas pra mim, com quem amo conversar, vindo semanalmente na minha casa falar da vida? Eu digo sim.
Aí, na sexta-feira, a Marina veio aqui em casa pra gravar um vídeo. Fazia quase seis meses que eu não pegava a câmera. Tinha guardado a lente destampada. Nem me preocupei em limpar. EU BASICAMENTE ODEIO A FUNÇÃO DE GRAVAR VÍDEO, odeio mesmo. Não escolhi conversar com as pessoas via newsletter à toa, rs. Mas a Marina me lembrou do quanto gosto de apresentar com alguém, da troca, do diálogo, de conversar sobre coisas que não sei, de ouvir a história de outras pessoas. Então amei (e vou publicar mesmo tendo gravado com a lente suja. Quando sair eu aviso aqui!). A chama reacendeu. Vou convidar mais alguns amigos pra gravar comigo aqui em casa e tentar fazer disso algo frequente. Nem prometo porque né, to no YouTube desde 2014 prometendo. HAHAHA, rindo de desespero. :)
E foi isso, nos últimos cinco dias mais gente veio em casa do que nos últimos quinze meses morando sozinha. E eu provavelmente bombardearei vocês com links dessas coisas em breve. HAHA
Na semana em que não escrevi, rolou na Netflix o lançamento de Para todos os garotos que já amei. Acho que o mundo inteiro já assistiu, mas queria enfatizar aqui que você precisa alimentar a sua vida com esses clichês românticos e uma horinha e meia de Noah Centineo interpretando o crush que eu sempre quis na vida, Peter Kavinski. É um filme tão doce e cheio de amorzinho adolescente que eu vi mais de uma vez só pra ter a sensação se repetindo no meu peito (pra quem não sente nada faz tempo, qualquer quentinho no peito é bem vindo).
Me lembrou muito a minha adolescência e as muitas cartas de amor que escrevi e jamais eram entregues, até me bateu aquele medo de ir procurá-las e encontrar de verdade, HAHAHA. Eu sei que elas estão lá. O meu crush dos 12 aos 18 anos foi um só (eu tive vários, mas esse era tipo o "primeiro amor", e era pra ele e sobre ele que eu escrevia) e hoje a gente se segue no instagram e interage de vez em quando, às vezes flertando, às vezes sem entender o que está acontecendo mesmo, e eu fico me perguntando: o que estou fazendo da minha vida? Mas é sempre bom lembrar e dar risada. Esses filmes e livros me levam de volta à inocência e à esperança que eu tinha no amor anos atrás, antes de me deparar com as realidades da vida. Não que eu seja cética hoje. A gente só vai ficando mais prático.
Esses dias o Vitor tava falando sobre como é importante valorizar os clichês, especialmente num contexto de representatividade, e eu só fiquei CARALHO EU TO MUITO CONTEMPLADA. A thread dele tá aqui e eu to levantando essa bola porque bom, estávamos falando de Para todos os garotos que já amei ali em cima e porque eu li “Um milhão de finais felizes”, do Vitor mesmo, esse reizinho do pop, e estou apaixonadíssima também. Romance LGBT, rola em São Paulo, é sensível, divertido, o protagonista tem um conflito familiar por conta de religião… senti tantos sentimentos que fiquei prolongando a leitura o quanto pude. Me identifiquei demais com o Artur, quis gritar com o pai dele algumas vezes, quis abraçar as migas, e poxa, um livro que inicialmente se chamava PIRATAS GAYS precisa ser divulgado e enaltecido. Tô passando pra frente igual corrente. Só que é bom, diferente das ameaças da Samara que tem 14 anos (ou teria se estivesse viva).
O Vitor é o tipo de pessoa que me faz sentir vontade de criar mais. E isso, meus amigos, é incrível.
Falando em criar, vamos à razão dessa euforia estranha que venho sentindo. A Faber-Castell me convidou para o evento de lançamento dos novos lápis de cores deles, a linha Goldfaber. Eu não fico exatamente agitada com evento de marca faz algum tempo porque né, trabalho com internet há dez anos, moro em São Paulo, a minha vida já se resumiu a ir a eventos de todos os tipos e encontrar sempre as mesmas pessoas. Mas esse foi especial.
Primeiro porque não foi um evento com as mesmas pessoas de sempre, foi um evento com ilustradores. Gente foda, incrível mesmo, tanto que eu admiro há anos quanto que eu acabei conhecendo agora. Gente do Brasil inteiro, que eu costumo ver só no feed do instagram e na Comic Con. Desde meninas fazendo desenhos e postando na internet até gente que trabalha hoje pra Marvel, pra DC, pra MSP. Professores lá da Quanta. E eu tava ali (novamente, às vezes nem sei direito onde me encaixo nisso tudo, mas é um privilégio enorme poder conhecer essas pessoas e conversar com elas e ABSORVER A SABEDORIA — MEU DEUS COMO É FODA RESPIRAR JUNTO. MUITO DIFÍCIL FINGIR COSTUME). E é isso. Eu to feliz demais.
Fazendo stories da @ilustralu, amor da minha vida, antes de desenhar bêbada (não dá certo)
Saí bem *artista* (haha) nas fotos e ainda ganhei uma caralhada de lápis de cores (que são realmente macios, diga-se de passagem, mais que os supersoft, que eram meus favoritos).
Eu sempre compartilho minhas inseguranças aqui - como diria minha psicóloga, “insegurança tá em alta, né, Ariane?” - e por isso me sinto confortável em dizer que preciso ser interditada com urgência (estou dando risada enquanto digito isso, podem ficar tranquilos, não é uma crise). Quando estou cercada de pessoas, parece que esqueço tudo que sei fazer e travo, aí o resultado do que faço nunca me agrada, e eu ainda VERBALIZO pra completar. Sim, eu fico diminuindo meu trabalho e minha capacidade na frente dos outros. E EU SEI QUE ISSO É HORRÍVEL E É ERRADO E EU NÃO CONSIGO PARAR!!! Alguém me interdita!!! Sou dura demais comigo mesma e ultimamente isso tá me matando. Mas por algum motivo, tirando a culpa que sinto por ter falado demais no evento (ansiedade padrão), eu to tão feliz por tudo que vivi ontem que nem ligo. Pode ser que ainda esteja bêbada, também. Foram umas sete gin tônicas ao todo. ¯\_(ツ)_/¯
Ah. Tem mais.
AMANHÃ EU VOU CONHECER A FÁBRICA DA FABER-CASTELL.
O que é um sonho de infância.
A Ariane que cantava junto com o comercial quando pequenininha está me agradecendo aqui dentro.
Então tá tudo bem por enquanto.
E é isso.
Não falei de nada com profundidade, mas queria dar um oi pra não deixar acumular mais uma semana sem e tornar isso um hábito. Eu volto! Prometo.
Me conta aí se tem algo de novo acontecendo na sua vida!
Até :)