Martine Do Bairro #19 - Throwback Thursday
Senhoras e senhores, o gif que resume as últimas semanas.
Spoiler: não funciona.
- vamo?
- vamo!
quinta passada a Bruna me chamou às 17h pra estar no show do Ed Sheeran às 19h. e eu topei. larguei tudo o que tava fazendo (no caso, brigando com meu computador que me deixou na mão 99 vezes na mesma semana enquanto eu tentava fazer ilustras atrasadas).
fazia anos que não ouvia, honestamente acho que nunca ouvi o divide inteiro. o multiply foi o álbum que marcou um relacionamento muito ruim, e meio que acabei me afastando do ruivinho pela minha saúde mental, rs. mas sempre quis ir a um show dele: é um menino sozinho no palco com o violão e a maquininha dos loops, em um estádio lotado de pessoas, no meio da semana, sabe? resolvi encarar o #TBT da vida real.
enfim, estava com uma das minhas melhores amigas ali pertinho do palco ouvindo aquelas músicas que já foram trilha de tantos choros no uber e a sensação foi de coração quentinho. eu gosto quando é assim.
era valentine’s day também. e eu já escrevi sobre o quanto algumas vezes essas datas de dia dos namorados/valentines mexem comigo de uma maneira pouco positiva. não porque eu ache que tá todo mundo feliz, pelo contrário, muita gente tá emulando um amor/felicidade compulsório ali porque né, tem que mostrar pro mundo e pro outro (e isso só torna tudo pior pra todos).
é muito mais porque eu sinto que nunca, nunca recebi um carinho verdadeiro ao longo desses quase 30 anos e, quanto mais passa, mais parece que nunca vai acontecer, que não sou digna, que não foi feito pra mim, enfim. aí fico tentando entender o que há de errado comigo, mesmo sabendo que, sei lá, não tem nada, é só a vida e funciona diferente pra cada um. (taí a sua “rainha da autoestima”, rs)
Repetindo pra mim mesma pra ver se acredito.
ouvir ed sheeran nesse momento da minha vida também me machuca um pouco porque me mostra o quanto ainda pode doer (sim, sempre pode piorar). vai lá na ferida mesmo.
essa foi a parte não tão legal do show. eu tô passando por muitas coisas loucas na minha cabeça e deixei de ir à terapia pra ver algo que meio que me fez precisar mais ainda da sessão de terapia da semana, rs. é isso. sigo cantando mentalmente “loving can hurt sometimes but it’s the only thing that makes us feel alive” e caminhando.
a propósito: I’m a Mess.
é essa a música que me resumiria hoje.
e ele cantou.
Nesse domingo eu assisti Dumplin, original Netflix que conta a história de Willowdean, uma menina gorda que é filha de uma ex-miss e, por isso, cresceu lado a lado com o opressor mundo dos concursos de beleza. Quando perde sua maior inspiração bem no meio da adolescência, essa fase em que até o mais autoconfiante dos seres passa por grandes crises, ela se vê apaixonada, questionando a si mesma e ao ambiente que frequenta e, sobretudo, às regras dos concursos que sua mãe promove. Aí eu te pergunto: como não chorar e rir e amar um filme desses em que a identificação bate forte?
Só que tem um porém: o dilema que Willowdean passa pra descobrir que merece, sim, ser amada… Na vida real, o final feliz parece muito mais distante do que num filminho adolescente com cara de sessão da tarde. Então tem isso, eu sigo com o coração habitando a boca do estômago, fingindo que não sei de onde vem a dor, rs.
Cadê aquela cartinha em que eu comemorava o fim da apatia, hein? Se deixar eu engulo ela a seco aqui mesmo pra retirar o que disse. :)
Queria o superpoder de não me importar.
(mas me importo demais. a ponto de sentir o estômago se contorcer e as bochechas congelarem em desespero. a ponto de não saber que palavras usar e aí me sentir ainda mais impotente e inútil diante de qualquer situação que requeira ou não uma ação minha.)
Eu me importo demais.
(você diz que sim. sinto que não. me afasto, você se achega. me achego, você me afasta. minha bagagem, sua bagagem, tá tudo ali acumulado e não quero ser mais um peso. sou demais, sinto demais, sofro demais e nenhum de nós precisa disso agora.)
Solidão assistida não configura companhia.
Ou configura?